18 de novembro de 2011

Guardar Erros, Queimar Segredos



Hoje encontrei algures uma caixa com palavras bonitas. E provavelmente não foi hoje.
Apesar da beleza irreverente nada lhe faltava em malícia, desejo e mentira. Perguntei-me porque guardara aquilo.
Ouvi-as, relembrei-as e revivi-as enquanto algures alguém me gritava "Não desperdices tempo!".
Se todos têm um preço, então qual seria aquele?
Apetece-me ir aos arquivos proibidos, às imagens que tornei inacessíveis a mim mesma, aos assuntos enterrados, às músicas desprezadas e aos registos já eliminados. Provavelmente apenas para perder tempo.

Enquanto isso optei por guardar e acumular segredos.
E pode estar tão errado como oculto.
Pode estar tão errado e não resultar nunca.
Pode estar tão errado e não dar pra fingir mais. E o tempo foge...
Pode estar tão errado mas eu querer continuar.
Pois pode ser tão errado como eu sinto ser certo.


Queimei-as.
E pedi ao tempo para não me desperdiçar.